Total de visualizações de página

terça-feira, 29 de março de 2011

Festa à Fantasia Inter-turmas: LANÇAMENTO!

OLÁ PESSOAL,

Definidos alguns detalhes sobre nossa festa à fantasia:

Dia: 28 de maio
Data: a partir das 21:00h
Término: 04:00h 
Local: Choupana grande da Weg

Ingressos com integrantes do CAP: Gláucia, Rosina, Gean, Maikon e Leonir.

Valores: R$ 5,00 fantasiado
           R$ 7,00 sem fantasia
       R$ 10,00 na hora

Ingressos antecipados serão vendidos do dia 18-04 ao dia 20-05, 
após esta data o valor cobrado será R$ 10,00.
 Podem levar acompanhantes, estes pagarão o mesmo valor do estudante. 
Crianças abaixo de 12 anos não pagam.
O CAP providenciará a decoração, animação sonora, refrigerantes e aperitivos.

Sorteio de adesivos e camisetas do CAP!
Pessoas não fantasiadas são tão bem-vindas quantos as fantasiadas. O objetivo é a integração, o importante é você estar lá!


CADA UM LEVA O QUANTO BEBE!


sexta-feira, 4 de março de 2011

Entrevista com o Psicólogo Analista do Comportamento Alessandro Vieira

Hoje a entrevista é com o Psicólogo Analista do Comportamento, Alessandro Vieira. Esta entrevista é particularmente um prazer pra mim, em função de minha assumida identificação com a abordagem, e promove um certo orgulho, pois sigo o blog do Alessandro há muito tempo e me serve, sem dúvida, como um reforçador muito eficaz nos estudos diários da área. O ponto de vista behaviorista, por meio de entrevista, não está faltando mais.  E desde já peço desculpas se minhas perguntas não são devidamente imparciais. É o entusiasmo!
O blog do Alessandro é o “Olhar Comportamental”, é muito atualizado e tem um acesso muito representativo.
Convido todos a partilhar da leitura dele:
http://olharbeheca.blogspot.com/


Alessandro, como é de praxe em nossas entrevistas, minha primeira solicitação é para que você apresente o Alessandro do dia a dia, fora do trabalho.

Moro em Florianópolis, Santa Catarina. Tenho 32 anos, namorando, curto muito praticar Muay-Thai (treino 4 vezes por semana e vou para um campeonato mês que vem). Também curto surfar. Sou vegetariano, faço Yoga, e me considero hoje praticante da filosofia Budista, da qual me aproximei através do Behaviorismo Radical, abordagem psicológica mais próxima a essa filosofia oriental. Quanto mais li Skinner mais entendi Buda, e vice-versa.

Fora isso, gosto muito de música, em especial jazz e música clássica, e costumo escrever contos e poemas. Passo boa parte do tempo lendo, quando não estou em nada mais físico e/ou social. Blogar é meu passatempo favorito, nesse âmbito.

Agora sim, quem é o Alessandro profissional e por que ele escolheu a Análise do Comportamento?

Me graduei em Psicologia na UFSC, em 2004, e fiz uma especialização em RH em Curitiba. Contudo, minha verdadeira formação mesmo foi a profissional que adquiri na prática cotidiana em empresas de engenharia que trabalhei.

Sou uma mistura de psicólogo (meus 5 anos de graduação) e engenheiro (meus 5 anos em empresas privadas de tecnologia), o que  gerou um Designer de Interação: projeto mídias e ambientes interativos, em especial videogames (a maioria educativos ou feitos para tratamentos de saúde).

Me defino profissionalmente como alguém que procura aplicar na prática as teorias e métodos da Análise do Comportamento, seja em RH, seja em tecnologias. Nisso sou pragmático como um engenheiro, porém com o olhar teórico-metodológico de um psicólogo.

O Blog Olhar Comportamental, pela sua descrição no post de apresentação, é feito essencialmente para estudantes de Psicologia. Diante desta afirmação, pergunto: a audiência do Blog ainda mantem esta característica de ser majoritariamente composta por estudantes de Psicologia?

Meu blog foi feito, originalmente, para mim mesmo. Era um projeto didático pessoal, com objetivo de rever o que aprendi na graduação e aprofundar também. Com o blog descobri que minha formação em Análise do Comportameto tinha lacunas e comecei a preenchê-las estudando por conta própria. Cada coisa que aprendia, postava no blog, para compartilhar da forma mais acessível possível. Quando notei que estava fazendo sucesso, e eu estava sendo muito recompensado pela atenção e carinho dos leitores, resolvi expandir o blog.

4 anos depois, tenho cerca de 3000 acessos diários. No início era basicamente graduandos em Psicologia que apareciam, mas cada vez mais o público diversificou, especialmente quando passei há falar sobre todo tipo de assunto: desde notícias até história antiga, passando por todo tipo de área de conhecimento: artes, filosofia, ciência, espiritualidade, etc. Tudo a partir de um olhar comportamental, daí o nome do blog.

E qual é a contribuição do seu blog, enquanto ferramenta de divulgação da Análise do Comportamento, para com a desmistificação do conhecimento sobre o comportamento humano enquanto um sistema inacessível de teorias complexas e controvertidas?

Procuro escrever da forma mais amigável e compreensível possível. Acho uma bobagem esse pessoal que adquire muitos títulos acadêmicos contudo não consegue se fazer compreender por leigos e às vezes nem por outros Mestres e Doutores.

Um verdadeiro gênio é quem domina assuntos complexos e é capaz de explicá-los de forma simples e acessível, de modo que ele seja útil para o dia a dia. Por isso vejo em Carl Sagan, Richard Dawkins e Stephen Hawking inspirações.

O Blog Olhar Comportamental está alcançando os 500 seguidores. Em termos de “blog de Psicologia”, é um número surpreendente. Em termos de um “blog de Análise do Comportamento”, é um número inacreditável. Explico: no dia a dia do mundo acadêmico (e possivelmente se tenha um realidade diferente em IES maiores, encontradas em cidades maiores), consensualmente (ok, esta é uma observação empírica) a AEC ainda é persona non grata. Qual sua explicação para o sucesso de um blog que fala sobre princípios comportamentais e, em contrapartida, para o baixo engajamento de estudantes de Psicologia nesta abordagem?

Concordo que a Análise do Comportamento seja persona non grata. Ela foi assim desde sempre. Um dos motivos é que ela bagunça mesmo o coreto, simplesmente virando do avesso a maioria das explicações clássicas sobre o ser humano.

Muito nela contraria o senso comum. De repente vem aquele cara que diz coisas esquisitas como: a mente existe apenas como metáfora; que a subjetividade não explica nada (antes, ela tem que ser explicada); que o Eu não é uma entidade interior, mas uma experiência relacional com o mundo;  que o inconsciente não é uma dimensão psíquica, mas um conjunto de termos contingenciais, etc. Tudo isso soa contra-intuitivo e causa muita estranheza. Hostilidade é uma resposta comum nesses casos.

Infelizmente a linguagem que a maioria dos Analistas do Comportamento usa não ajuda em nada que eles sejam compreendidos. Acho que meu blog tem uma boa audiência porque minha intenção sempre foi usar a linguagem mais compreensível que eu conseguisse desenvolver (o que é um desafio diário), para tornar acessíveis conceitos científicos que eu mesmo custei muitos anos para aprender porque as pessoas que me ensinaram estavam fazendo de maneira equivocada, e às vezes deliberadamente errada. Diz uma máxima behaviorista: “Não existe mau aluno, só mau ensino”.

Mais estudantes de Psicologia iriam se interessar pela Análise do Comportamento se desde cedo fosse ensinado pontos da abordagem como o Pragmatismo (leiam Richard Rorty! Mudou minha vida!), o otimismo inerente dessa abordagem, o senso sócio-histórico e, acima de todos, a visão evolucionista e contextualista dos fenômenos humanos (obrigado, Charles Darwin e Ernst Mach).

Contudo a maioria das pessoas sai da graduação achando que Análise do Comportamento é basicamente sobre ratos em caixas, e não sai disso (É como dizer que a Biologia se resume ao que dá para pôr na plaquinha do microscópio).

Adoraria que essas pessoas tivessem contato com assuntos como o estudo da Cultura, do Comportamento Verbal e do Social sobre a ótica behaviorista. Teriam uma visão profundamente melhor da abordagem.


Alessandro, você é uma analista do comportamento e trabalha com Design de mídias. Temos um ótimo professor psicanalista (Jorge Schneider) que sempre nos diz “não importa onde ou com o que vocês vão trabalhar, nunca esqueçam que vocês são psicólogos”. Na prática, gostaríamos de saber: como você leva a Análise do Comportamento para o seu trabalho em Design?

A palavra-chave para explicar isso é “experimentos”. Como Designer, boa parte do meu trabalho é criar e detalhar conceitos de produtos. Mas diria que meu diferencial é que eu realizo experimentos com seres humanos para validar esses conceitos e testar produtos, garantindo assim a qualidade do resultado. Quem usa a tecnologia é sempre uma pessoa, e meu trabalho está em garantir que a relação pessoa-tecnologia será boa.

Me tornei um perito em testes de usabilidade, onde uso técnicas como o “focus group”. Também já fiz testes laboratoriais com seres humanos, no esquema de câmeras escondidas enquanto elas experimentavam produtos em ambientes controlados. Para dominar esse tipo de competência, é preciso entender de entrevistas, de observação-participante, pesquisa técnico-científica e de Psicologia Experimental. A Análise do Comportamento, de acordo com minha experiência, é a abordagem que melhor pode te munir desses recursos. Há uma vasta área pouca explorada de aplicação de Análise e Síntese do Comportamento em Design (de jogos ou não), engenharia, tecnologias em geral, etc.

Ë recorrente a infeliz afirmação de que a Análise do Comportamento tem uma aplicação limitada, que só consegue dar conta de fenômenos psicológicos que não envolvam “processos internos” ou “questões existênciais” ditas mais “profundas”, pra usar só dois exemplos. O que você tem a dizer sobre essas afirmações?

Infelizmente a maioria das pessoas na graduação só estudou, quando o assunto é Análise do Comportamento, experimentos com ratos, e olhe lá... Isso é como estudar Biologia, mas ficar só decorando nomes de espécies, sem nunca ir a campo e ter contato com a Natureza.

Se os graduandos fossem ensinadas sobre abordagens da 3a geração de terapeutas comportamentais, como a ACT e a FAP, mudariam de ideias sobre a a importância da subjetividade, dos sentimentos e afins, na Análise do Comportamento.

Skinner dizia que a singularidade humana é uma verdade científica inquestionável. Dele, (que está associado a 2a geração de terapia comportamental), pra cá muita coisa já evoluiu na área clínica. A subjetividade não explica o comportamento: entendemos que ela própria deve ser analisada contextualmente. O que um Analista do Comportamento faz é estudar de forma criteriosa e rigorosa até mesmo os comportamentos mais complexos, como o pensar, o sonhar, o desejar, o sentir, o amar, etc.

Outra frase lapidar do Skinner sobre o assunto: “Aquilo que uma pessoa sente é tão importante quanto aquilo que ela faz”.

Há até uma parcela de Analistas do Comportamento que defende a retirada da abordagem da Psicologia (em termos de formação), qual é o seu posicionamento a respeito?

Polêmica em vista! Pra ser sincero sou favorável a ter mais cursos de formação em Análise do Comportamento, desses que duram 2, 3 anos, e congregam não apenas psicólogos, mas também médicos, engenheiros, advogados, designers, etc.

Contudo, nas atuais condições, não dá para desvincular a abordagem comportamental da graduação em Psicologia. Mas penso que em poucas décadas existirá uma graduação específica para ela (ou que quer que ela se torne no futuro).

Por último Alessandro, vou pedir que você deixe um conselho seu, que você julgue ser o mais pragmático deles, para os atuais estudantes aspirantes a Analista do Comportamento, por favor.

Não vou dar um conselho. Vou dar 10, que foram os 10 melhores que recebi na minha graduação:

1. Não existe nada mais prático que uma boa teoria. Se uma teoria não aponta para soluções práticas de problemas, não é uma boa teoria. (Professor Tuto, citando Kurt Lewin em uma aula de Dinâmica de Grupo).

2. No começo de um trabalho, esqueça toda a teoria. Apenas observe, com atenção e curiosidade e faça boas perguntas. (Dita a mim pelo professor de Neurospsicologia Fábio Perin).

3. Comece pela prática. Só procure a teoria a medida que sentir necessidade, e em seguida volte para a prática, agora enriquecido com conceitos. O certo é Prática-Teoria-Prática e não Teoria-Prática, como normalmente fazem. (dita em aula de Psicologia da Aprendizagem pela professora Zanella).

4. Se você tiver uma forte base teórica e habilidades metodológicas, qualquer área de atuação prática será uma área para você. (em aula de Psicologia Organizacional, pelo Prof. José Zanelli).

5. A competência fundamental do psicólogo é a sensibilidade que ele precisa para captar as questões humanas, por mais sutis que elas sejam, e também para gerar empatia para com as pessoas. A sensibilidade é a base sobre a qual se põe conhecimentos teóricos e habilidades práticas. (Em aula de Behaviorismo, pelo Prof. Silvio Botomé).

6. Não se prenda a nomenclaturas. É mais importante entender o conceito, a lógica de como as coisas funcionam. A maioria dos debates é inútil porque as pessoas discutem por confusões geradas por palavras mal empregadas e termos mal explicados. (Em uma palestra sobre Psicologia Jurídica, no CRP-PR).

7. Seja mais que um mero problematizador: a sociedade precisa é de resolvedores-de-problemas. (do meu primeiro chefe, Engenheiro, quando eu era um estagiário na Fundação CERTI).

8. Você receberá em recompensa financeira o proporcional ao valor que você gerar para a sociedade. Portanto, resolva grandes problemas. (De um amigo Cientista da Computação, Mauricio Gerhardt, quando conversamos sobre carreira).

9. Não se limite a estudar Psicologia. Psicólogo sozinho não resolve quase nada. Arrume colegas de outras profissões! (Frase que ouvi no PsicoINFO, na PUC-SP).

10. Você é o seu principal instrumento de trabalho. Cuide-se bem no âmbito pessoal. Faça ao menos 1 ano de terapia, ame e seja amado, tenha hábitos saudáveis, busque a felicidade. (Prof. Marquito, em aula de Psicologia da Personalidade).


Alessandro, em nome de todos os acadêmicos e de todos do CAP, obrigada pela disposição e claro, pela prontidão, com que você nos proporcionou esta entrevista. Com certeza, de grande valia.

Contato com o Alessandro: alessandrovr@gmail.com

Abraços,

Por Rosina Forteski

Entrevista com a terapeuta Cognitivo-Comportamental Jovita Hufen


Hoje nossa entrevista é com a Terapeuta Cognitivo-Comportamental Juvita Hufen, profissional atuante em uma cidade vizinha a nossa: Joinville.
Jovita como de costume, gostamos de conhecer um pouco, primeiramente, do nosso entrevistado no seu dia a dia. Então, por favor, nos fale um pouco sobre a Jovita. mulher.

Como toda mulher além de meus afazeres profissionais, tenho os encargos de família. Sou mãe tenho uma filha já graduada em Direito que recentemente me deu o prazer de ter me dado um neto, atualmente com 4 meses. Como descendente direta de alemães recebi uma educação com valores éticos e morais que me ajudam a vencer as dificuldades enfrentadas no dia a dia.

Passando a pergunta seguinte,  Jovita gostaria que você apresentasse sua graduação, talvez nos falando um pouco sobre as discrepâncias entre a teoria do curso e a prática profissional  (se você achar que elas existem).

Sou Bacharel e Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia de Joinville, Psicóloga Clinica com Especialização em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva cursada na UNICEMP (Universidade Positivo - Curitiba)  e  Avaliação Psicológica cursada na Faculdade de Psicologia de Joinville.
A Psicologia é muito ampla e os cursos de graduação seguem diretrizes curriculares adequadas para uma formação básica, não sendo possível no período de graduação maiores aprofundamentos, o que torna prescindível a educação continuada – cursos de especialização, aperfeiçoamento e atualização permanente. 

Jovita poderia nos falar um pouco sobre as particularidades da teoria Cognitivo-Comportamental que foram mais influentes na sua escolha por esta abordagem em específico na sua atuação profissional?

A influência inicial, em especial pela linha comportamental surgiu quando secretariando um curso de especialização tive oportunidade de conhecer seus princípios básicos ao preparar o material para a professora titular que era na ocasião professora doutora  em comportamental.
Outra influencia foi o grande desenvolvimento das abordagens comportamentais sobre novos enfoques envolvendo processos cognitivos e análise do comportamento.

Jovita peço que você compartilhe com nossos leitores sua experiência com indivíduos que apresentam TDAH. Como a terapia Cognitivo-Comportamental entende o TDAH e quais as expectativas na evolução do indivíduo engajamento no tratamento desta linha?

Geralmente o tratamento do TDAH é medicamentoso acompanhado de terapia psicológica, psicopedagógica e/ou terapia ocupacional, todas com ênfase comportamental-cognitiva.
Hoje a TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) é o tratamento especificamente recomendado. Várias técnicas e estratégias podem ser utilizadas (treinamento do comportamento dos pais, controle de comportamento na sala de aula, etc) e, as que mostram resultados positivos comprovados, enfatizam estruturar o meio ambiente da criança de modo a propiciar conseqüências consistentes para comportamentos desejados e não desejados, mais do que tentar ensinar às crianças novas habilidades cognitivas e/ou comportamentais.
A abordagem cognitiva começa com a educação sobre o transtorno (TDAH), para as crianças adolescentes, jovens e adultos portadores do referido transtorno assim como para pais e professores desta população afetada e tem como objetivo ajudar o paciente, a família e os professores a compreenderem melhor os sintomas e prejuízos do transtorno como decorrente de uma doença, desfazendo rótulos prévios que geralmente acompanham esta criança.  Ex.: (preguiçoso, vagabundo, burro, incompetente, etc). Neste sentido, as intervenções psicoeducativas também são importantes para melhorar a auto-estima dos pacientes, freqüentemente abalada após anos de impacto do transtorno. Da mesma forma, elas ajudam os pais a aprenderem estratégias para melhor lidar com as dificuldades de seus filhos.  

Em crianças, como diferenciar indícios específicos de TDAH em relação aos simples desajustes comportamentais que apenas não correspondem às normas institucionais e morais das escolas? Existe mesmo uma maneira eficiente de discriminar uma situação de outra?

Esta é uma questão realmente muito importante. Quando o assunto é TDAH existe uma confusão entre “crianças e/ou adultos difíceis” e realmente os portadores da patologia. Temos que ter cuidado, pois parece que toda criança de hoje, ou a maioria dos adultos tem uma certa dose de TDAH!
            Na prática clínica temos observado que de cada 10 pacientes apenas dois são diagnosticados como TDAH. Os demais são resultantes de problemas educacionais da família moderna, onde certamente o papel da autoridade, dos limites e do controle socioemocional está em jogo, seja de quem deveria mandar, seja de quem deveria obedecer. Pais, educadores e a sociedade como um todo têm enfrentado ausência de parâmetros educacionais que lhes dê suportes adequados.

            Fica mais do que evidente que os casos supracitados de crianças/jovens incontroláveis nem sempre são TDAH. E de que é preciso primeiro se compreender os parâmetros envolvidos em ser pai/mãe/educador/filhos/alunos. Uma boa orientação familiar é aconselhável e, em muitos casos, uma avaliação com um bom psicólogo, ou psicopedagogo, que fará o diagnóstico diferencial entre uma falta de educabilidade e um autêntico TDAH. Via de regra, melhorando-se os pais/educadores de crianças sem limites, as mesmas respondem muito bem, o que nem sempre acontece com os TDAH.
            Assim para evitar um diagnóstico errado ou inconseqüente, a maioria dos autores salienta que o TDAH deve ser diagnosticado por neurologista e/ou psiquiatra, assistido por equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

Jovita você trabalha com terapia adulto e infantil, poderia delinear brevemente para nós quais as demandas e os sofrimentos que mais caracterizam esses dois grupos na clínica?

Em adultos o que mais tenho atendido são pacientes encaminhados por médicos psiquiatras com diagnósticos de Transtorno de Ansiedade, Síndrome do Pânico, Depressão, Transtorno Bipolar entre outros.
Em crianças Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), distúrbios  de aprendizagem, ansiedade e outros.  

Pra encerrar a entrevista, qual seu recado para acadêmicos interessados na abordagem Cognitivo-Comportamental?

Abordagem Comportamental - Cognitivo envolve em primeiro lugar uma boa e aprofundada formação,  muito estudo e aprofundamento teórico prático face a evolução técnico científica. Importante que se tenha ainda a manutenção de uma supervisão dentro da área.  

O CAP agradece à Jovita pela entrevista, na certeza de que sua contribuição foi significativa para os acadêmicos. Jovita também mantém um blog, acesse e conheça melhor o seu trabalho:
http://jovitahufen.blogspot.com/

Por Rosina Forteski

quarta-feira, 2 de março de 2011

Enquete Aberta: A máquina de diagnosticar!

Reportagem do Fantástico, programa da TV Globo, do último domingo dia 27-03:

“Supercomputador tem memória de cinco mil computadores juntos”
“Ele foi programado para achar respostas para qualquer pergunta em até três segundos”
“Ele promete ajudar pacientes em qualquer lugar do planeta, diagnosticando doenças e apontando os melhores tratamentos, e todo mundo sabe que ele não tem coração. Você já ouviu falar de um tal de "Watson"?”


Diante disto, nossa pergunta hoje é:

“Seria esta uma clara constatação de que o modelo biomédico está cada vez mais forte e incontestável, demonstrando representar um processo veloz e irreversível?”

Resposta 1:
O modelo biomédico não pode ser contestado enquanto modelo biomédico, por sinal esse nome é inadequado pois biologia e medicina agrupados não significam patologia. O melhor termo é 'modelo patológico' visto que Biologia e Medicina não são ciências dedicadas ao estudo de doenças. 'Demonizar' médicos não resolve os problemas que temos em saúde. O 'modelo psicológico' de atenção em saúde é muito próximo do que é chamado 'saúde integral', onde não somente sinais de patologias são levados em consideração. Aliás, muito em saúde pública é esquecido quando 'equipamentos mágicos' são
apresentados por jornalistas que não sabem escrever, ou pior, apresentam informações incorretamente e sabem disso. A pergunta em si não pode ser respondida com 'sim' ou 'não', compõe muitas perguntas.
1) O 'modelo biomédico' sempre foi forte, seja lá que escala utilizemos, mas muito tem sido feito para prevenir problemas de saúde.
2) O 'modelo biomédico' é incontestável? Não, mas pouco tem sido conseguido com a contestação.
3) O processo é veloz? Eu diria que é contínuo, autoreplicante nos cursos universitários.
4) Irreversível? Se for, estudem somente psicopatologia e aguardem ordens.

Carlos L. Rohrbacher CRP 12/05034

-» Ambulatório de Saúde Mental Infanto-Juvenil da Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul.
Psicólogo - PUC PR
Psicólogo Perito em Trânsito - DETRAN /PUC PR
Especialista em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva - UP
Mestre em Psicologia - Análise do Comportamento nas Organizações, Trabalho e Aprendizagem - UFSC
Doutorando em Psicologia - Análise do Comportamento nas Organizações, Trabalho e Aprendizagem - UFSC

Adesivos CAP

Colorido R$ 2,50
Preto e branco R$ 2,00

O CAP iniciará na semana que vem a venda destes adesivos com o objetivo de arrecadar fundos para futuros eventos. Lembrando que o CAP prestará contas das entradas e saídas de valores no fim do ano em planilha exposta nas salas e enviada por e-mail. 
Os adesivos poderão ser adquiridos com os representantes do CAP na 1.5 e na 1.7.