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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Resenha do filme "SICKO" por Bianca Klockner

$O$ Saúde!

Sicko é um documentário feito em 2007 pelo diretor Michael Moore, que mostra a realidade do sistema de saúde americano. Além de abordar o modelo utilizado nos Estados Unidos, o documentário o compara a outros países do mundo: Canadá, Inglaterra, França e Cuba.
No Estados Unidos não há um sistema único de saúde pública, o que predomina são os vários planos de saúde, que tem como único objetivo o lucro das companhias e do próprio governo. Planos que grande parte da população não tem condições de pagar e, os que são conveniados têm sérias dificuldades para utilizar os seus benefícios quando este põe em risco o rendimento da companhia.
Para entender e poder fazer uma comparação ao modelo de saúde utilizado em seu país de origem, Moore apresenta modelos de outros lugares. No Canadá, na Inglaterra, na França e em Cuba, o que predomina é o bem estar da sua população. Nestes países a saúde é oferecida gratuitamente e com qualidade, satisfazendo seus contribuintes.
Apesar de o Brasil não ter sido mencionado, o SUS (Sistema Único de Saúde) também é uma ótima proposta de saúde pública. O problema é que na prática, sabe-se que o SUS possui diversos problemas, como filas intermináveis, mau atendimento prestado por seus funcionários, entre outros.
No Brasil se faz necessário colocar a saúde em primeiro plano, uma proposta bem elaborada nós já possuímos, o que falta é aprimorar a prática. Mas, como foi dito no documentário a priorização da saúde e prestação de um bom serviço, torna a população mais saudável e confiante e, talvez não seja exatamente o que nossos governantes desejam. 
Bianca é acadêmica de Psicologia do sétimo semestre.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Análise Crítica de filme por Gilmar Gentil Farias

Filme: Uma lição de Vida (Witt, 2001)


            O filme nos mostra uma realidade comum e que assustadoramente nem mais nos choca: a realidade da frieza médica frente ao doente. Pacientes são tratados como meras cobaias, onde só se importa o resultado, sem se importar com o paciente propriamente dito. Onde também estagiários brincam de ser médico sem ter completa experiência para tal e analisam o paciente como a um rato branco na caixa de Skinner.
            Mas o filme não fala só do modelo biomédico no qual a doença importa mais que o paciente, fala também dos conflitos do próprio paciente, da dor e do luto. Emoções estas que as equipes de saúde devem tratar com primazia pois delas depende a verdadeira saúde do paciente. Não é necessário que os hospitais sejam semelhantes a hotéis cinco estrelas, mas os mesmos devem oferecer conforto mínimo para a recuperação e as pessoas que neles trabalham devem atender os pacientes como verdadeiros clientes, com respeito às suas dores e com empatia ao ouvi-lo, valorizando o ser e não seus sintomas.
            Como futuros psicólogos devemos trabalhar para mudar esta realidade fria, levando a humanização até os hospitais, trabalhando com toda a equipe de saúde, bem como todos os profissionais dos hospitais e ainda com os pacientes; auxiliando no seu enfrentamento da doença e também no luto que a mesma causa. Confortando e orientando parentes e amigos dos pacientes para os auxiliar nesta jornada que nem sempre termina com sucesso.
             O filme ajudou a entender melhor que o paciente deve ser tratado com integralidade, que a doença faz parte do paciente e não deve ser isolada do mesmo. A racionalidade biomédica deve ser contestada, a exclusão do paciente é algo a ser pensado, pois as relações sociais fazem parte da saúde e o isolamento nem sempre é benéfico. Sabemos que saúde não é somente a ausência da doença, mas também a forma positiva de se viver com ela.
 Gilmar Gentil é aluno do sétimo semestre de Psicologia.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Indicação de Livro: Professora Juçara Clemens

A  POESIA  DO  ENCONTRO

Você lê poesia? Sim. Que bom. Vai reconhecer sua turma nesse livro. Não? Que tal começar a se aproximar através de quem gosta? Pensei em compartilhar com os leitores do blog o livro A poesia do encontro que li há algum tempo atrás, mas que se faz presente desde então. O livro apresenta o encontro de Elisa Lucinda e Rubem Alves. Ela é poetisa, atriz e cantora e criadora da casa Poema, no Rio de Janeiro, a qual abriga a Escola Lucinda de Poesia Viva. Realiza workshops de interpretação teatral da poesia, com cursos por todo o país. Ele é um intelectual respeitado, educador, teólogo e psicanalista. Muitos livros publicados e traduzidos em diversos idiomas. O encontro dessa dupla se fez através de Gilberto Dimenstein como uma oportunidade para falarem de como a poesia se entrelaçou em suas vidas.
A cada página o leitor vai se sentindo cada vez mais no bate-papo que acontece de um jeitinho informal e convidativo. Rubem Alves faz perguntas a Elisa Lucinda sobre sua trajetória de vida e a poesia e ela apresenta pitorescas histórias. Surge seu encontro com a escrita, com a sonoridade das palavras e as imagens que se constroem quando ao ler se deixava levar pelas sensações e sentimentos.  Mas ele também se apresenta através das idéias que circulam entre ambos como quando expressa “que uma das características importantíssimas da poesia-, a gente tem certeza de que ama a poesia quando diz: ´Eu poderia ter escrito isso, isso é parte da minha carne`”(Lucinda, 2008, p.20).
Interessante é o que Elisa apresenta sobre como a poesia leva a um mundo mágico por meio das palavras, como uma ponte, um portal. Diz ela: “na verdade, pensamos ter escolhido um poema por acaso, mas não é bem assim... se vocês descobrirem que sentem afeto por ele, se isso vier como uma revelação, vocês vão querer ter esse poema dentro de si. Vivam essa experiência, deixem-se envolver pelo poema... o poema vai entrar na memória da gente. A memória é única: sem ela não existe passado, não existe cultura” (p.45-6)
Falar mais sobre esse livro é tirar do leitor o sabor dessa leitura convidativa e instigante. Para Rubem Alves poesia “ é uma questão de olhar. A poesia ensina você a ter olhos para as coisas. Isso significa que uma criança que lê uma poesia e gosta vai ter olhos para o mundo e vai ser um grande aprendiz”(p.50). Salienta como a poesia auxilia a “saborear a arte, a vida... a capacidade de se emocionar... para perceber as coisas mínimas” (p.58-9).
Boa leitura e bons aprendizados.

Juçara é psicóloga e professora universitária.

Lucinda, Alves. A poesia do encontro.Campinas: Papirus, 2008.