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sexta-feira, 4 de março de 2011

Entrevista com a terapeuta Cognitivo-Comportamental Jovita Hufen


Hoje nossa entrevista é com a Terapeuta Cognitivo-Comportamental Juvita Hufen, profissional atuante em uma cidade vizinha a nossa: Joinville.
Jovita como de costume, gostamos de conhecer um pouco, primeiramente, do nosso entrevistado no seu dia a dia. Então, por favor, nos fale um pouco sobre a Jovita. mulher.

Como toda mulher além de meus afazeres profissionais, tenho os encargos de família. Sou mãe tenho uma filha já graduada em Direito que recentemente me deu o prazer de ter me dado um neto, atualmente com 4 meses. Como descendente direta de alemães recebi uma educação com valores éticos e morais que me ajudam a vencer as dificuldades enfrentadas no dia a dia.

Passando a pergunta seguinte,  Jovita gostaria que você apresentasse sua graduação, talvez nos falando um pouco sobre as discrepâncias entre a teoria do curso e a prática profissional  (se você achar que elas existem).

Sou Bacharel e Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia de Joinville, Psicóloga Clinica com Especialização em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva cursada na UNICEMP (Universidade Positivo - Curitiba)  e  Avaliação Psicológica cursada na Faculdade de Psicologia de Joinville.
A Psicologia é muito ampla e os cursos de graduação seguem diretrizes curriculares adequadas para uma formação básica, não sendo possível no período de graduação maiores aprofundamentos, o que torna prescindível a educação continuada – cursos de especialização, aperfeiçoamento e atualização permanente. 

Jovita poderia nos falar um pouco sobre as particularidades da teoria Cognitivo-Comportamental que foram mais influentes na sua escolha por esta abordagem em específico na sua atuação profissional?

A influência inicial, em especial pela linha comportamental surgiu quando secretariando um curso de especialização tive oportunidade de conhecer seus princípios básicos ao preparar o material para a professora titular que era na ocasião professora doutora  em comportamental.
Outra influencia foi o grande desenvolvimento das abordagens comportamentais sobre novos enfoques envolvendo processos cognitivos e análise do comportamento.

Jovita peço que você compartilhe com nossos leitores sua experiência com indivíduos que apresentam TDAH. Como a terapia Cognitivo-Comportamental entende o TDAH e quais as expectativas na evolução do indivíduo engajamento no tratamento desta linha?

Geralmente o tratamento do TDAH é medicamentoso acompanhado de terapia psicológica, psicopedagógica e/ou terapia ocupacional, todas com ênfase comportamental-cognitiva.
Hoje a TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) é o tratamento especificamente recomendado. Várias técnicas e estratégias podem ser utilizadas (treinamento do comportamento dos pais, controle de comportamento na sala de aula, etc) e, as que mostram resultados positivos comprovados, enfatizam estruturar o meio ambiente da criança de modo a propiciar conseqüências consistentes para comportamentos desejados e não desejados, mais do que tentar ensinar às crianças novas habilidades cognitivas e/ou comportamentais.
A abordagem cognitiva começa com a educação sobre o transtorno (TDAH), para as crianças adolescentes, jovens e adultos portadores do referido transtorno assim como para pais e professores desta população afetada e tem como objetivo ajudar o paciente, a família e os professores a compreenderem melhor os sintomas e prejuízos do transtorno como decorrente de uma doença, desfazendo rótulos prévios que geralmente acompanham esta criança.  Ex.: (preguiçoso, vagabundo, burro, incompetente, etc). Neste sentido, as intervenções psicoeducativas também são importantes para melhorar a auto-estima dos pacientes, freqüentemente abalada após anos de impacto do transtorno. Da mesma forma, elas ajudam os pais a aprenderem estratégias para melhor lidar com as dificuldades de seus filhos.  

Em crianças, como diferenciar indícios específicos de TDAH em relação aos simples desajustes comportamentais que apenas não correspondem às normas institucionais e morais das escolas? Existe mesmo uma maneira eficiente de discriminar uma situação de outra?

Esta é uma questão realmente muito importante. Quando o assunto é TDAH existe uma confusão entre “crianças e/ou adultos difíceis” e realmente os portadores da patologia. Temos que ter cuidado, pois parece que toda criança de hoje, ou a maioria dos adultos tem uma certa dose de TDAH!
            Na prática clínica temos observado que de cada 10 pacientes apenas dois são diagnosticados como TDAH. Os demais são resultantes de problemas educacionais da família moderna, onde certamente o papel da autoridade, dos limites e do controle socioemocional está em jogo, seja de quem deveria mandar, seja de quem deveria obedecer. Pais, educadores e a sociedade como um todo têm enfrentado ausência de parâmetros educacionais que lhes dê suportes adequados.

            Fica mais do que evidente que os casos supracitados de crianças/jovens incontroláveis nem sempre são TDAH. E de que é preciso primeiro se compreender os parâmetros envolvidos em ser pai/mãe/educador/filhos/alunos. Uma boa orientação familiar é aconselhável e, em muitos casos, uma avaliação com um bom psicólogo, ou psicopedagogo, que fará o diagnóstico diferencial entre uma falta de educabilidade e um autêntico TDAH. Via de regra, melhorando-se os pais/educadores de crianças sem limites, as mesmas respondem muito bem, o que nem sempre acontece com os TDAH.
            Assim para evitar um diagnóstico errado ou inconseqüente, a maioria dos autores salienta que o TDAH deve ser diagnosticado por neurologista e/ou psiquiatra, assistido por equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

Jovita você trabalha com terapia adulto e infantil, poderia delinear brevemente para nós quais as demandas e os sofrimentos que mais caracterizam esses dois grupos na clínica?

Em adultos o que mais tenho atendido são pacientes encaminhados por médicos psiquiatras com diagnósticos de Transtorno de Ansiedade, Síndrome do Pânico, Depressão, Transtorno Bipolar entre outros.
Em crianças Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), distúrbios  de aprendizagem, ansiedade e outros.  

Pra encerrar a entrevista, qual seu recado para acadêmicos interessados na abordagem Cognitivo-Comportamental?

Abordagem Comportamental - Cognitivo envolve em primeiro lugar uma boa e aprofundada formação,  muito estudo e aprofundamento teórico prático face a evolução técnico científica. Importante que se tenha ainda a manutenção de uma supervisão dentro da área.  

O CAP agradece à Jovita pela entrevista, na certeza de que sua contribuição foi significativa para os acadêmicos. Jovita também mantém um blog, acesse e conheça melhor o seu trabalho:
http://jovitahufen.blogspot.com/

Por Rosina Forteski

2 comentários:

  1. a mulher ja começa falando de valores eticos e morais, e da sua importante descendencia alema europeia. Como é que eu vou la contar dos problemas de um caboclo e achar que ela nao vai me censurar.

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  2. Caro anônimo, que concepção precitipada e sem base, lamentável. Me empresta sua bola de cristal?

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