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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AUMENTO DE MENSALIDADE?




           Ano após ano, temos que encarar aquele número _R$$$_ do boleto, que aumenta abundantemente, sem nenhuma explicação plausível (sem explicação), o que temos a ver com isso, o que podemos fazer?
Algumas informações interessantes sobre o tema abaixo...

De acordo com a Lei 8170/91, o procedimento para reajuste das mensalidades escolares é o seguinte: a escola deve estipular o valor da mensalidade com base no seu planejamento pedagógico e econômico-financeiro. Esse valor deve ser apresentado aos alunos, pais e responsáveis até 45 dias antes do inicio da matrícula. Se os pais (ou alunos) não estiverem de acordo, poderão  recorrer a seguintes etapas no prazo de 10 dias a partir da data de publicação ou postagem da proposta da escola:
Propor uma negociação ao colégio, desde que tenham o apoio de no mínimo 10% de alunos.
OBS: Todas essas negociações devem contar com o apoio de pelo menos 10% dos pais ou responsáveis pelos alunos para representá-los em uma negociação. No caso do ensino superior, cabe aos diretórios acadêmicos a iniciativa de representação dos alunos.

Como deve funcionar a negociação:

As Associações resolvem a questão diretamente com o a escola através de acordo. Quando não há acordo, caberá à Delegacia Regional do MEC (Ministério da Educação) conduzir o processo de negociação. O Delegado Regional irá presidir uma comissão com três representantes das associações de pais (ou de diretórios acadêmicos no caso do ensino superior) e três representantes indicados pelos sindicatos dos estabelecimentos particulares.
             O valor do acordo deve ser estabelecido em contrato; até o momento, os reajustes serão feitos através do repasse de até 70% do índice de reajuste concedido aos professores e pessoal técnico e administrativo, somando ao repasse de até 30% da variação de índice acumulado do IPC ou outro indicador que o substituir. (Importante: a lei 8170 estabelece que o contrato deve obedecer às disposições do Código de Defesa do Consumidor).
Se não houver acordo, a comissão de encargos encerrará os trabalhos e os interessados deverão procurar o Poder Judiciário. O prazo para o acordo é de 10 dias úteis.
             Em princípio, a norma aplicável de maior relevância está contida no Art. 1o - da Lei 9.870, de 23 de novembro de 1999: 
“§ 1o - O valor anual ou semestral (...) deverá ter como base a última parcela da anuidade ou da semestralidade legalmente fixada no ano anterior, multiplicada pelo número de parcelas do período letivo.” (grifamos).
             De forma a complementar essa regra, a Medida Provisória 2173-24, de 23 de agosto de 2001 estabelece.
       "§ 3o - Poderá ser acrescido ao valor total anual de que trata o § 1o montante proporcional à variação de custos a título de pessoal e de custeio, comprovado mediante apresentação de planilha de custo, mesmo quando esta variação resulte da introdução de aprimoramentos no processo didático-pedagógico. 
       Alunos podem exigir explicações da escola sobre os motivos dos reajustes das mensalidades. O aumento deve ser comprovado nas planilhas de custos e despesas das escolas. "Qualquer aluno pode ter acesso às planilhas de custo das escolas. Isso porque o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor dá direito às informações que justifiquem o reajuste". Pela lei, a escola precisa apresentar à Secretaria Estadual da Educação a planilha de custo para realizar o aumento da mensalidade.
             Esta planilha de custos reúne dados da folha de pagamentos e encargos, manutenção do estabelecimento de ensino e investimentos previstos como, por exemplo, ampliação de espaços e ambientes ou construções de novas salas de aulas ou laboratórios


 


REFERÊNCIAS

Primeira Marcha Antimanicomial de Jaraguá do Sul - Participação do CAP de demais acadêmicos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Entrevista com a Psicóloga Roselaine Radtke

Com prazer entrevistamos hoje a Psicóloga do CAPS II de Joinville – Centro de Atenção Psicossocial, o CAD – Centro de Atenção Diária “Nossa Casa” 
Roselaine Radtke

Roselaine, gostamos sempre de conhecer primeiramente um pouco da parte do cotidiano de cada profissional que não se refere ao seu trabalho. Poderia nos falar um pouco sobre seus hobbies, atividades e interesses paralelos?

Olá Rosina... primeiramente quero dizer que é um grande prazer participar deste questionário, que me sinto muito gratificada por compartilhar experiências com pessoas que tem interesse no assunto. Adoro fazer trocas pois sempre há muito crescimento nisso.

Sobre minha vida sou casada com um farmacêutico “bem saúde pública também”, não tenho filhos ainda, mas planejo para o ano que vem, tenho 30 anos, gosto de tudo que é cult: ler, ver filmes, muitos documentários e biografias, gosto de saber o que está acontecendo na política, economia, leio  jornal diariamente, gosto de conhecer lugares, principalmente os ao meu redor, gosto de ficar “lambendo” a minha casa, cuidando, mexendo, arrumando, planejando, gosto também de andar na rua, fazer minhas coisas à pé, fuçar lojas, gosto também de recarregar minhas energias abraçando e interagindo com crianças, sejam os sobrinhos, priminhos, ou os filhos de colegas.

Agora sim, nos fale por favor sobre sua formação profissional e sobre seu local de trabalho atual.

Sou psicóloga, formada pela faculdade de psicologia de Joinville – ACE – em 2007 com pós-graduação em saúde pública: “Estratégia Saúde da Família” com cursos e estudos de extensão em psicodinâmica, e psicanálise. Trabalho em CAPS II – Centro de Atenção Psicossocial, com o nome fantasia de CAD – Centro de Atenção Diária “Nossa Casa” o primeiro CAPS do Estado, que atende atualmente a região centro-sul de Joinville e uma Residência Terapêutica, estratégia do programa “De Volta para Casa”. Atuo em equipe multidisciplinar e intersetorial, pois precisamos lançar mão de várias estratégias de atenção psicossocial para otimizar nosso trabalho.

Roselaine, por que saúde pública? Poderia nos falar um pouco sobre os determinantes que acabaram por te levar a este setor e quais as especificidades que a mantém atuando neste campo?

Sou filha de professora de Artes e advogado, minha mãe fazia trabalhos comunitários em associação de mães e moradores, ensinando técnicas de geração de renda: pintura em tecido, artesanato, etc. sempre a acompanhei na minha infância de “Mobillete” na época, indo nessas associações, até que ela entrou na educação como professora de sala de aula.

Meu pai sempre foi um profissional que trabalhou com pessoas, seja quando ele tinha agência de emprego, ou depois como advogado, atendendo as demandas de pessoas em seu cotidiano, não de instituições.

Em 2004 já na faculdade, fiz “por acaso” concurso público para agente administrativo no Hospital Municipal São José de Joinville, na busca de trabalho para arcar com os custos do curso, e trabalhei diretamente no setor de Pediatria e UTI-Pediátrica com crianças com todo o tipo de demanda: clínica, ortopedia, oncologia, entre outros. O convívio com esta demanda, em especial crianças que estão em condição de formação de personalidade, me fez vivenciar situações, que posso dizer como “viscerais” de sofrimento, principalmente nos óbitos, bem como situações de superação e resignificação de vivências, à partir do sofrimento, pois a internação hospitalar decorre de algum sofrimento.  

Eu acho que o “estar junto” nesse processo tão peculiar na vida das pessoas, e a forma como eu me adaptei a essa vivência, numa transformação dentro daquilo que é tão “primitivo”, “humano” numa perspectiva de acolhimento, de crescimento mútuo na relação, com certeza tiveram modificações na minha visão de mundo, me tornando mais atraída, ou interessada por esse tipo de vivência dentro do contexto público de atendimento. Nesse cotidiano, tendo acesso aos meios de trabalho, às informações sobre gestão e financiamento público fez com que eu me direcionasse a isso, pois para mim, a grandiosidade do campo de atuação no serviço público, o sentimento de pertencimento a algo “maior”, de “servir” as pessoas, e a verificação de que todas as situações, desde as mais simples às mais complexas são vivenciadas neste ambiente, me é muito sedutor. Estas considerações finais são também a motivação que me mantém atuando neste campo, aliado ao acesso aos mais diferentes tipos de profissionais, ambientes e tecnologias. É uma entrega, pois cada rua que se anda, cada pessoa que eu encontro, cada espaço da cidade é um potencial para atuação.

Roselaine, você trabalha em um CAPS II, poderia nos falar um pouco sobre as particularidades das demandas de atendimento e organização deste dispositivo de saúde pública?

A demanda de CAPS é de sofrimento mental grave: agudo ou persistente. É um dispositivo regionalizado, ou seja, que atende a uma população adscrita, integrado em articulação com a rede básica de saúde, previdência social, assistência social e educação, estes setores são os principais. Atendemos especialmente a crise, o sofrimento grave, por isso devemos estar integrados a outras estratégias de atenção psicossocial, pois os espaços de convivência, superação e manejo do sofrimento, antes e depois da crise, acontece na comunidade, no cotidiano onde a pessoa reside e efetiva suas relações sociais. Outro pilar importante no tratamento é a família, entendendo-a como o núcleo social primário, sendo que uma família bem articulada e comprometida com o tratamento é fundamental e muitas vezes determinante para o bom prognóstico da situação.

Em função da gravidade do sofrimento, os usuários realizam tratamento medicamentoso e estratégias de reabilitação psicossocial multidisciplinares, seja no resgate de sua autonomia cotidiana, de seus direitos, fortalecimento emocional, entendimento de sua atual condição, de seu momento, trabalhando as condicionantes do sofrimento e estratégias de superação.


Na graduação estamos constantemente discutindo sobre a funcionalidade e a eficiência da operacionalização do SUS. No decorrer dela descobrimos que o SUS é uma rede enorme e que o que comumente reclama-se ser ineficiente é apenas um dos muitos braços deste fantástico sistema, e neste processo também as razões deste funcionamento insuficiente passam a se desvelar aos poucos desnudando relações de interesses e poderes desconhecidas pela população, principalmente porque a mídia deliberadamente assim “educa” as massas. Como você percebe a eficiência e o alcance do SUS e suas propostas no setor onde você atua?

Acredito que o SUS é um sistema complexo e, em sua proposta, altamente qualificado e completo. O problema é o campo da atuação, tanto dos trabalhadores e gestores quanto no campo dos usuários. O que eu percebo sobre as queixas do SUS dizem respeito às pessoas que não sabem usar o SUS, e os trabalhadores e gestores como não tendo a prática em sintonia com a proposta SUS, por isso tanta discrepância. Porém esta não é a percepção do todo, senão este sistema não teria completado seus 20anos de implantação recentemente. O que acontece no SUS é reflexo de nossa sociedade contemporânea, do individualismo, do imediatismo. Precisamos investir na prevenção, no bom uso dos recursos, na motivação profissional e controle social. Prevenção é subjetiva, são investimentos de médio e longo prazo, e aí entram as questões da sociedade imediatista, nos resultados à curto prazo, na visibilidade imediata das ações. Sobre o bom uso dos recursos, passa pelo mesmo viés, numa sociedade imediatista, ansiosa, consumidora no sentido de querer consumir para si, para o bem próprio apenas. Percebo que as queixas provém de situações onde se encontram usuários e trabalhadores que não estão num nível de cultura e de educação para o sistema SUS da teoria.

O primeiro recurso altamente qualificado e imprescindível nesse processo são AS PESSOAS, pois os demais recursos são conquistados por elas, seja pelos trabalhadores e gestores, seja pela mobilização social, percebendo que está no plural: “as pessoas”, cada dia é um novo dia para ser fazer melhor e se conquistar alguém para se fazer junto.

Percebo a eficiência e o alcance do SUS na proposta de grupos setorializados, e quando você encontra profissionais e gestores comprometidos o bom trabalho acontece, do contrário, se lamenta. No CAPS eu percebo que nós não conseguimos cuidar de todos os que necessitam do serviço, existem muitas pessoas em sofrimento que não chegam ao nosso serviço, mas para quem acessa o serviço, procuramos fazer bem feito no nosso papel, comprometidos na capilarização das ações e no contágio positivo de equipes e setores para efetivarem o mesmo: um serviço de qualidade. Prova disto foi a última avaliação do CAPSUL, que é um programa de avaliação dos CAPS do Sul do País, uma parceria entre Ministério da Saúde e a Universidade de Pelotas, sendo que o nosso CAPS foi avaliado como de alta qualidade.

Os CAPS são dispositivos substitutivos dos manicômios e representam uma operacionalização das propostas da Reforma Psiquiátrica, como você avaliaria a eficiência destes dispositivos nesta função?

Eu acredito na proposta CAPS de atendimento. O sofrimento faz parte do ser humano, e pensar numa sociedade sem dispositivos para se acolher o sofrimento, é utopia. Mudam-se as gerações, a cultura e o sofrimento aparece conforme esse processo. O ganho do CAPS é mudança na atenção ao sofrimento, que tem como diferencial o manejo, a articulação intersetorial e com a rede social, o tratamento medicamentoso assistido por médico psiquiatra sem isolamento institucional, incentivo ao envolvimento familiar, entre outros, questões estas que as anteriores formas de tratamento não faziam.  

Como é trabalhar em uma equipe multidisciplinar em um CAPS que representa, de certa forma, a materialização de um novo modelo de cuidar em saúde e como é o entendimento e o engajamento dos demais profissionais que atuam no CAPS sobre os pressupostos da Reforma Psiquiátrica?

Significa a concretização da luta de milhares de trabalhadores e usuários do sistema de saúde mental, que está dando certo. É um grande orgulho ver a evolução no tratamento das pessoas, cada uma retomando sua vida cotidiana, passando pelo processo de resignificação de vivências. O trabalho multidisciplinar é um grande desafio, de crescimento mútuo, de adaptações na forma do “ser e do fazer”, e é muito motivador, pois ninguém cresce sozinho, nem um serviço, nem uma equipe. É o ápice da gratificação ver que a estratégia de atenção psicossocial dá certo para o sofrimento mental.

Roselaine, você poderia selecionar três características básicas que um profissional psicólogo que pretenda trabalhar em saúde pública precisaria apresentar?

Curiosidade, humildade e solicitude.

Olhando para trás, para os seus anos de faculdade, como você caracterizaria sua formação em termos de preparação para a atuação em saúde pública considerando as características específicas das demandas exigidas do psicólogo por este setor?

A faculdade deu a teoria nuclear, o campo dá as possibilidades práticas, é um desafio cotidiano entrelaçar esses campos. A minha formação, que é recente, considero que não explorou o “chão social”, foi na especialização e na atuação prática que eu pude rever a bibliografia (a formação) e fazer essa conexão. O profissional sai da universidade com o que delineia a profissão, seus contornos, e a partir disto deve buscar o seu contínuo aperfeiçoamento, preenchimento.

Finalmente Roselaine, aos acadêmicos que tem interesse em trabalhar em saúde pública, algum conselho?

Motivação, preserve com muito carinho os seus momentos de renovação para não se deixar contagiar com as frustrações, e desafios que não são poucos e nem só seus. As pessoas esperam DE VOCÊ uma ação diferente, pois foi você quem se interessou por isso: a relação humana. Educação continuada, é imprescindível para a atuação, é peça chave da motivação, e distancia de uma coisa muito perigosa no trabalho multidisciplinar com a subjetividade: o “cair no senso comum”. E o livro de cabeceira: Código de ética do Psicólogo, dali tem tudo que o profissional da psicologia precisa para saber quem ele é e qual é o seu papel social.

Em nome de todos os acadêmicos e em especial do CAP M. Foucault nosso muito obrigado pela rica contribuição Roselaine.
Por: Rosina Forteski

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O drama da criança bem dotada
como os pais podem formar (e deformar) a vida emocional dos filhos.
Autora: Alice Miller
Ano: 2º Ed. 1997
Editora: Summus
            Este livro convida a uma reflexão sobre a vida de crianças bem dotadas, que passam a vida a reproduzir conceitos inconscientes ao mundo. O termo “bem dotada” aqui não se refere a uma super inteligência, mas sim àquelas crianças “boazinhas” e “comportadas”, que aprendem cedo seus “deveres”, terem muitas vezes cuidados de seus irmãos menores, ou seja, as crianças que foram o orgulho da família.
            A psicóloga polonesa Alice Miller através de observações em sua prática profissional aborda neste livro as reproduções, pelos adultos, de uma educação alienante e repressiva onde as crianças são levadas a acomodar-se às necessidades dos pais, o que leva, segundo a autora, ao desenvolvimento da personalidade do falso Self, onde o verdadeiro Self não consegue se desenvolver e se diferenciar porque não pôde ser vivido, aflorando sentimentos de vazio, falta de sentido, desenraizamento por esse vazio real. Dessa forma os próprios pais encontram no falso Self do filho um substituto para sua própria estrutura inexistente.
            É um livro interessante, onde podemos acompanhar a trajetória das descobertas e dos sentidos que são atribuídos aos comportamentos que reproduzimos como o desprezo, a grandiosidade e até mesmo a depressão. Reflete também as ilusões criadas pelos adultos no processo terapêutico, para não vivenciar frustrações e dores das insatisfações de não terem vivido por eles mesmos, mas sim em função do outro.
Embora a autora afirme a infância como fonte de nossos traumas, ela também reforça que não podemos mudar nada do passado, não podemos desfazer os males que nos foram feitos, mas podemos, através da conscientização, resgatar nossa integridade perdida. Neste livro aparece um processo muito semelhante ao conceito de individuação proposto por Jung.
A leitura deste livro contribui para nosso processo de análise pessoal, fundamental para nossa atuação enquanto psicólogos, bem como, para nossa atuação no mundo, enquanto sujeitos atores de nosso cotidiano, pois é a partir do autoconhecimento que o Self começa a articular, crescer e desenvolver a criatividade abrindo um caminho de saúde e vitalidade.
Um grande abraço e boa leitura a todos!
Magaly Karpen -Acadêmica do 4º ano de Psicologia da ACE/FGG
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Indicação de filme pela acadêmica Solange Georg

Indico o filme: O Contador de Histórias
O filme conta a história de um menino de 06 anos, chamado Roberto, que foi escolhido pela sua mãe para ser internado numa instituição oficial para menores ( FEBEM) em Belo Horizonte. Na época, pois o filme passa na década de 70, acreditava-se que a intenção dessa instituição era a formação de doutores. Porém, já com 13 anos e ainda analfabeto, Roberto tem contato com drogas e acumula inúmeras fugas, várias infrações e é considerado irrecuperável, até que ele encontra uma pedagoga francesa que mudará pra sempre a sua vida.

Considero um filme encantador! Revela as diversas possibilidades de comunicação, assim como nos possibilita refletir sobre o "irrecuperável", e o quanto um olhar, uma escuta diferenciada podem efetivamente construir novas histórias. Roberto fugiu da FEBEM mais de cem vezes, foi sexualmente violentado, roubou, usou drogas e viveu na rua, mas essa não é sua única história, porque pode transforma-la a partir de uma relação de respeito e amor, sem desistência.

Solange Georg
Décimo semestre Psicologia

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Entrevista com a Psicopedagoga Tânia Mara Nüssner

...É com prazer que o CAP Michel Foucault entrevista a Psicopedagoga e Professora Universitária Tânia Nüssner, que foi e é professora de muitos de nós acadêmicos da Fameg...

Tânia, para iniciar esta entrevista poderia nos contar um pouco sobre sua vida fora do mundo acadêmico, sobre seus hobbies por exemplo?

É interessante a gente poder pensar na gente separadamente... “Fora” do mundo acadêmico, o “meu” mundo corre perpendicularmente ao tempo e ao espaço profissional. As coisas que gosto de fazer quando não estou trabalhando acabam se cruzando. Gosto de ler, de trocar ideias com amigos e de assistir a filmes. Adoro também bordar. O que acontece é que exerço diariamente, outras funções além daquelas garantidas pelas leis trabalhistas, então, acabo mantendo, até por opção, uma rotina bastante intensa, mas, em geral, muito “curtida”. Pois, meu horário hoje é extremamente flexível e isso é tudo de bom!

Agora sim Tânia, pode nos proporcionar um breve panorama da sua formação e das suas atividades profissionais atuais?

Minha formação profissional “oficial” teve início em 1981, com o Curso de Pedagogia, pela UnB – Universidade de Brasília. Logo após a formação universitária, fui para Florianópolis e fiz o primeiro Curso de Especialização, na UDESC, em Educação Infantil. Há dez anos, terminei outra Especialização e, em seguida, o Mestrado em Psicopedagogia, pela Universidade de Havana, Cuba. Trabalhei em instituições escolares por 25 anos, atendendo a crianças e professores, construindo as necessárias “pontes” entre pais e direção – trabalho que me proporcionou vivência e conhecimento da realidade da sala de aula. Em 1992, iniciei as atividades acadêmicas no Ensino Superior. Hoje, trabalho com consultorias em escolas, tenho turmas de Pós-Graduação no Instituto de Estudos em Moda, Design e Arquitetura Orbitato (com as disciplinas de Metodologia da Pesquisa e Metodologia do Ensino Superior) e tenho assumido as disciplinas de Psicologia Organizacional, para as turmas de Administração e Moda e as disciplinas de Psicologia da Aprendizagem e Problemas de Aprendizagem Escolar do Curso de Psicologia da FAMEG. Outra atividade que me ocupa um tempo considerável é a orientação de artigos científicos e de monografias.

No seu entendimento, qual a importância da visão da Psicopedagogia para os acadêmicos de Psicologia?

Penso que o que importa aos acadêmicos da Psicologia não é o contato com a Psicopedagogia, uma ciência que está nascendo e ainda definindo seu campo de estudo, de atuação e métodos investigativos. A Psicopedagogia já teve um papel reeducativo, já se voltou especificamente para o desenvolvimento, para a aprendizagem e, hoje, tem-se mostrado mais dinâmica e relacional, voltando-se ao ser cognoscente. Ou seja, seu objeto é o sujeito e as relações estabelecidas por ele e com ele. Mas, o que importa, a meu ver, é a contextualização da sua “aparição”, a ideia interdisciplinar trazida por ela. Isso, de verdade, é o que importa. Parece que estamos começando a perceber a necessidade de um trabalho conjunto, da união de forças, da aproximação de profissionais de diferentes áreas, da conciliação de ciências. A visão da Psicopedagogia, por si só, também não interessa diretamente aos sociólogos, médicos, políticos, enfermeiros, ou filósofos. No entanto, todos estes profissionais se (pré) ocupam com o bem estar das pessoas. O que acontece é que diferentes funções e estruturas pessoais e sociais se misturam em uma mesma pessoa. E, por vezes, diferentes ciências se tornam pares, se iluminam em função de alguém. Pedagogia e Psicologia, por exemplo, partem de pressupostos diferentes, veem as pessoas sob pontos de vista diferentes e, nesse sentido, não se harmonizam, nem precisam se harmonizar, são “coisas” – o que precisam é que, cada uma ao seu modo, busque atenuar o sofrimento de quem precisa. O ponto em comum é a pessoa, a visão da pessoa, a sua escuta, o seu organismo, o seu equilíbrio, a sua linguagem. Nesse sentido, a Psicopedagogia é uma tentativa de incorporação de diferentes ciências, pois, tanto a Pedagogia quanto a Psicologia estão embrenhadas em um tempo e espaço histórico, cultural, político, social, econômico. Penso que essa é a visão que importa aos acadêmicos de Psicologia. Essa foi a razão da minha aproximação com a Psicopedagogia.

Como você diferenciaria os fenômenos de intervenção e o arcabouço de conhecimento da Psicopedagogia e da Psicologia Educacional em termos de propostas e atuação?

É interessante essa pergunta, pois ela me permite falar sobre a semelhança entre os termos Psicopedagogia e Psicologia Educacional. Os dois termos parecem declarar a necessidade de tornar a Educação mais psicológica e/ou a Psicologia mais educativa. Entendem? Isso me preocupa. Parece que a ideia é unir o cognitivo e o afetivo, a análise e a síntese, a razão e a emoção, o objetivo e o subjetivo, o simbólico e o real, como se a ciência psicológica ou a ciência educativa fossem incapazes de viabilizar sozinhas, essas uniões (que são anteriores a qualquer ciência). Ou pior ainda, como se a junção dessas duas ciências pudessem explicar fenômenos como o fracasso escolar, por exemplo, que absolutamente não está isento de dimensões éticas, políticas, culturais e sociais. Da mesma forma, não acredito muito na existência de diferentes “tipos” de psicólogos, penso que um psicólogo é um psicólogo, não é organizacional, escolar, hospitalar, clínico... Sei lá... A instrumentalização teórica/ prática do (a) psicólogo (a) se dá em todas as disciplinas cursadas. A “separação” só acontece por uma questão didático-metodológica, necessária à formação profissional. Então, a intervenção e a proposta de atuação do (a) psicólogo (a) que trabalha em uma instituição escolar é muito semelhante ao trabalho desenvolvido em uma instituição de saúde, por exemplo. É necessário comprometimento pessoal e social, compromisso com a dignidade humana, com a diminuição do sofrimento das pessoas, superação de uma visão ingênua de mundo e, sobretudo, “olhos e ouvidos” nas relações. É preciso situar a educação ou a saúde e a sua falta, buscar a raiz das questões, localizar seus processos de construção. Nesse sentido, percebo que a Psicopedagogia é mais específica, seu arcabouço de conhecimento volta-se para o processo de aprendizagem, mas, nem por isso, exige menos comprometimento. 

Na sua opinião, como pode ser dar o trabalho interdisciplinar entre psicólogo e psicopedagogo? Poderia nos relatar algum exemplo de sua experiência?

A dimensão interdisciplinar no contexto da psicologia é imprescindível para a reflexão relacionada à condição humana e para a compreensão das relações advindas dessa condição. No entanto, este trabalho conjunto só é capaz de trazer os resultados esperados se os profissionais envolvidos conseguirem perceber a condição fragmentada do “seu” conhecimento e a visão desintegrada da “sua” ciência. Vivemos numa realidade complexa e a demarcação territorial pode fazer com que nos afastemos ainda mais da dinâmica dessa realidade. A ideia não é negar os ganhos possibilitados e produzidos pelos especialistas, mas é inegável também que eles não têm encontrado soluções para os problemas de suas respectivas áreas de atuação, ou quando encontram, acabam por gerar outros. Os exemplos são inúmeros, estão na política, na economia, na saúde, na educação, na psicologia. É preciso transcender aos limites disciplinares, focar as relações humanas em seus contextos múltiplos. A psicologia, no meu entendimento, não é capaz de buscar respostas para um problema de aprendizagem se não se dispuser a estudar o “fenômeno” em relação ao contexto no qual ele está inserido. É necessário rever as ligações entre os processos de aprendizagem externos (ligados à sociologia, política, economia, pedagogia, epistemologia) e internos (referentes à psicologia, fisiologia, fonoaudiologia, neurologia). As palavras de ordem para um trabalho interdisciplinar são: interação, complementaridade, interconexão. Os problemas de aprendizagem, por exemplo, não são mutuamente excludentes, ao contrário, eles se apoiam em fatores interagentes: conteúdo e realidade, pais e filhos, ensino e aprendizagem, professor e aluno, reflexão e ação, meios e fins. Assim, a ação da psicologia, por si só, não pode garantir resultados positivos, mas é capaz de reencontrar a identidade do aprendiz, fazendo com que ele se perceba aprendente, identifique possíveis bloqueios e potencialidades próprias, acompanhando como acontece o processo de aprendizagem. Enquanto isso, a psicopedagogia pode propor processos de ensino diferenciados, orientar pais e professores nessa caminhada, fazendo com que eles também se percebam enquanto ensinantes e possibilitem a circulação de conhecimentos. Enfim, todos os exemplos que eu poderia socializar aqui se resumem a dizer que um trabalho interdisciplinar sempre dá certo quando o ponto em comum é a pessoa e a sua linguagem. A linguagem é que cria a realidade e, são múltiplos os discursos repetitivos que se desenvolvem. Ao trabalho interdisciplinar cabe interligar a rede de relações e de significações, mantê-la em movimento, através de leituras e releituras de fenômenos pessoais e sociais, de escuta e de (re) visita a marcas simbólicas. O aluno que não aprende não pode esperar por uma reforma no sistema social ou educacional, nem pela atualização de políticas públicas sérias e comprometidas. Tampouco tem tempo para a descoberta da cura da dislexia ou pelo aumento do salário do professor. É preciso trabalhar com o modo de aprender de cada aluno, identificar o seu estilo cognitivo, encontrar a sua marca, ler o seu sintoma, localizar pontos de articulação entre o sujeito e o discurso social a fim de livrá-lo de amarras. O trabalho entre psicólogo e psicopedagogo tece, então, uma rede invisível de relações cujo ponto em comum é o sujeito e a sua linguagem. Afinal, a reprodução humana não termina na dimensão orgânica.

Lecionar em classes de Psicologia lhe proporcionou crescimento pessoal e profissional?

Muito! Trabalhar com a formação de psicólogos me encanta justamente pela possibilidade de articulação de conteúdos e de disciplinas. Permite-me a análise de diferentes dimensões, próprias da psicologia e a busca de relações recíprocas. É uma atividade de encontros e desencontros, há muita troca e diálogos. Como já mencionei, não acredito que nenhuma forma de conhecimento seja completa e, no Curso de Psicologia, essa ideia tem gerado resistências. Mas, como a realidade não tem significação própria, nós é que lhe atribuímos significados, a minha representação da realidade enquanto professora desse Curso (o meu “sonho de consumo”) é poder continuar a levar aos alunos a ideia do conhecimento como um fenômeno multidimensional, associado, abrangente, afetado, inacabado – o que não é tarefa fácil, nessa sociedade “globalizada”. Penso que cada ciência e cada ser é um campo enorme de potencialidades e acredito na existência de espaços silenciosos de convivência a serem preenchidos entre as ciências e os seres e, são nesses espaços que se produzem resultados na sala de aula, essa é a falta que nos move. Além da dimensão profissional, o Curso de Psicologia está repleto de pessoas especiais, que me afetam positiva e pessoalmente.

Deixo aqui em nome de todos os acadêmicos nosso sincero agradecimento pela sua disponibilidade, pelas valiosas palavras, e, com certeza, pelo carinho que tem nos ofertado.
Por: Rosina Forteski
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cine Psico: estreando no Dia do Psicólogo!

 O Cine Psico vem aí, dia 27-08, dia do psicólogo.
Horário: 14:30h
A clínica SETES, parceira na realização deste evento,
fica em frente à Jangada.
O filme a ser assistido está sendo votado em uma enquete neste blog, à sua direita. Até dia 21-08.

A ENTRADA SERÁ FRANCA.

Traga pipoca, chips, doces ou refrigerantes para compartilharmos.

O debate entre alunos e profissionais se dará após o filme, você pode vir pra debater ou pra assistir ao debate, como se sentir mais confortável.

O CAP conta com todos para o sucesso desta programação, certos de que será tanto produtivo quanto aprazível.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Discurso do CAP na ocasião da abertura da II Jornada de Psicologia


AOS ILUSTRÍSSIMOS COLEGAS DE MESA, AOS PROFESSORES, ACADÊMICOS, E COMUNIDADE EM GERAL AQUI PRESENTES, BOA NOITE.

Gostaria de iniciar esta pequena fala citando uma frase do autor a quem humildemente homenageamos com o nome do Centro Acadêmico de Psicologia, Michel Foucault, frase esta que resume um sentimento que nos move e nos define: “Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar, e nos afirmar não somente enquanto identidades, mas enquanto força criativa”.
Assim, como entidade composta e organizada por acadêmicos de psicologia, o CAP, tem como objetivo principal potencializar as ações e reivindicações dos estudantes com intuito de construir uma universidade de qualidade cada vez maior. Assim, a comunidade discente é não apenas o que o constitui, mas o que lhe dá sentido e o que movimenta suas iniciativas e suas perseveranças.
A relação que queremos manter com nosso conhecimento, não é uma relação comercial. Queremos ser agentes ativos dessa construção. Ir além das horas que nos são oferecidas em sala e do conhecimento proporcionado pelos estudos dirigidos e leituras obrigatórias. Queremos um espaço de discussão, que fomente a crítica e o crescimento. Nesse sentido, é de suma importância a existência, dentro de cada Instituição de Ensino, de um Centro Acadêmico ativo. Pois a troca de saberes e a luta por uma sociedade melhor e mais humana quando percorrida solitariamente, é árdua e desinteressante, porque não há acalento e a opressão é avassaladora. Porém em conjunto, apesar de pesada, ela se torna possível, e por conseqüência, realidade. Pois é na troca, no apoio e nas relações que se constrói o mundo e uma sociedade mais digna, pela qual perseveramos e pela qual lutamos. 
Pensamos que promover uma consciência crítica, ética e de responsabilidade social da classe discente perante a atuação profissional do psicólogo é uma das funções mais gratificantes e também mais desafiadoras de um Centro Acadêmico. Unir e mobilizar a classe estudantil em torno de causas justas e urgentes e apostar na sua criticidade e capacidade de discussão das políticas inerentes nas relações é essencial para a efetivação de uma trajetória acadêmica produtiva, consciente, democrática e dialética. Lembrando ainda que a contestação,  a revisão e  a crítica às ideologias instituídas é a essência de todo espírito científico.
Sabemos é claro, que nem sempre esta iniciativa será convergente com as atitudes de calmaria e com os comportamentos normativos estanques que são estabelecidos como ideais e encontrados no dia a dia, na maioria das vezes difundidos por minorias reacionárias que não mais se sensibilizam com a diversidade de possibilidades e condições que hoje se apresenta de forma triste, mas evidente. Por isso entendemos que é nossa função, enquanto acadêmicos e enquanto pessoas de Psicologia, reverter este processo de naturalização da indiferença, no qual a apatia e a indolência intelectual são posturas desejadas e a aversão às discussões e reivindicações sociais e políticas são desencorajadas e tolhidas desde os primórdios do desenvolvimento do homem.
O campus universitário precisa ser arena de discussão e de promoção de agentes multiplicadores do discurso livre e do pensamento crítico, é neste berço que se propõe a desconstrução de compreensões reducionistas e tendenciosas, onde são contestadas e ameaçadas as idéias de alienação e perversão dos direitos humanos. E para compor novos cenários e novas possibilidades de entendimento a hegemonia dos dogmas e das verdades absolutas precisa tombar, para então emergir a pluralidade de opiniões,  a real democracia e a liberdade de expressão política. O discurso da sociedade precisa ser renovado, e para tanto, o diálogo aberto precisa ser premissa. Essa é a contribuição e a luta do movimento estudantil. À esta causa estamos orgulhosamente abraçados.
A realização desta II Jornada de Psicologia é o exemplo mais concreto da efetividade e da força da mobilização estudantil organizada. Este é um momento de intercâmbio, de crescimento e, principalmente, de confraternização. Por isto desejamos a todos que tenham uma instigante, divertida e valorosa Jornada Acadêmica de Psicologia. E assim como abri esta fala com um pensador, assim com outro a encerro:
“O Conhecimento é uma força e não um mero ornamento"  Francis Bacon.

Construção Coletiva - CAP

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Camiseta da II Jornada de Psicologia


Esta é a arte da Camiseta deste ano, será em malha preta de boa qualidade.
Elas serão vendidas nos dias da Jornada e teremos um número limitado, apenas 50.
Portanto, não perca tempo e garanta a sua.
O dinheiro adquirido será utilizado para melhorias na Clínica Escola.
O valor ainda está sendo combinado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A II Jornada de Psicologia traz o Hemosc até você

Professores, alunos, profissionais de saúde e membros da comunidade em geral:
No dia 09 de agosto de 2011,  ou seja,
dentro da programação da II Jornada de Psicologia,
teremos a presença do Hemosc na Fameg para cadastro de possíveis doadores de medula óssea. Como é feito?
É retirada uma pequena amostra de sangue (5ml) que irá para o banco de dados.
As chances de compatibilidade são muito pequenas por isto é muito importante a grande adesão das pessoas.
É importante frisar que a realização do cadastro e a constatação de uma possível compatibilidade sanguínea com alguém que precise da doação não obriga a pessoa a fazer a doação. ELA SERÁ CONVIDADA A DOAR.
Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

Quem pode doar?
É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde.
Na semana anterior à Jornada teremos uma palestra com o pessoal do Hemosc que explicará detalhes sobre a coleta e sua importância.

Nesta mesma noite teremos a Banda Porthos Bar de Jaraguá do Sul que gentilmente fará uma apresentação voluntária enquanto o Hemosc realiza seu trabalho.
Pretendemos fazer desta noite um momento de Ação Consciente e também de Confraternização Acadêmica.
Pois o espaço no qual a banda tocará, o auditório grande, ficará aberto para entrada e saída e um coquetel será servido na sala ao lado.

Reserve essa noite para Agir em prol de quem precisa, dê um passo além e de quebra aproveite o ambiente para rir, conversar e curtir um bom som com seus colegas de classe e professores presentes.

Traga seus amigos e familiares para fazer o cadastro também.
Espalhe esta idéia e ajude pra que ela vire ação!

PSICOLOGIA E CONSCIÊNCIA SOLIDÁRIA: UMA UNIÃO INEVITÁVEL. VAMOS JUNTOS?

Mais informações:

segunda-feira, 20 de junho de 2011

INSCRIÇÃO DE TRABALHO PARA APRESENTAÇÃO NA II JORNADA DE PSICOLOGIA

         
Convidamos os acadêmicos de psicologia da Fameg a socializarem alguns dos trabalhos desenvolvidos ao longo do curso. No dia 08/08 das 20:00 as 22:00h, no auditório do bloco B. Lembrando que essa é uma grande oportunidade de troca e interação entre os estudantes. Solicitamos que os interessados em participar preencham A FICHA DE INCRIÇÃO, com o nome do participante ou dos integrantes do grupo, e-mail, turma e um pequeno resumo do trabalho. Em caso de dúvidas entrar em contato com Gean Psi 1.5, Leonir Psi 1.5 ou Gláucia Psi 1.7, através dos respectivos e-mails: gean.psi@gmail.com; leolnir@hotmail.com ou glau_sevegnani@hotmail.com
OBS: AS INCRIÇÕES PODEM SER FEITAS PESSOALMENTE OU POR E-MAIL, APÓS ENVIO DA FICHA DE INSCRIÇÃO QUE ESTÁ DISPONÍVEL NO NO BLOG, na barra links para download ao lado direito: http://capmfoucault.blogspot.com/  através do link:  http://www.4shared.com/document/mAwIUC1b/apresentao_de_trabalhos_semana.html

INSCRIÇÕES ATÉ DIA 30/06, VAGAS LIMITADAS!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Compartilhando artigos: Gean Ramos

UMA CAMINHADA PELA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS

INTRODUÇÃO

O tema da loucura, e do sujeito dito louco, é abordado nesse trabalho de forma histórica, considerando alguns dos principais movimentos e pensadores ligados ao tema. Assim como, as reformas ocorridas no campo da saúde mental ao redor do mundo e o desfecho dessas mudanças de paradigma nas políticas públicas de saúde aqui no Brasil.


O DITO LOUCO ATRAVÉS DOS TEMPOS

A visão que os estudiosos em saúde mental têm do indivíduo dito “louco” nos dias atuais é resultado de uma longa jornada de reflexões e movimentos sociais e políticos ocorridos no decorrer da história. Muitos foram - e infelizmente ainda o são em alguns casos - os métodos utilizados para classificar, “tratar”, e de forma geral lidar com esses sujeitos através dos tempos. Na maioria das vezes métodos cruéis, sem a obtenção de resultados que proporcionassem uma melhora para a condição de vida desses sujeitos, muito menos sua (re)integração ao grupo social; respondendo apenas a uma lógica higienizadora de cidades. Muito se pensou acerca do tema da loucura, e muitas formas de interpretar esse tema foram elaboradas. Pereira (2002) coloca que quando tentasse conceituar loucura geralmente o que se leva em conta é a idéia de que tais sujeitos compreendem um desvio dos padrões normais de conduta; enfatizando que tal concepção sempre é embasada em uma comparação entre o normal - o racional e saudável - em contraponto ao louco, ao doente mental. O mesmo autor propõe que a classificação da doença mental está intimamente ligada aos padrões de conduta e regras estabelecidos para uma determinada cultura, em determinada sociedade. Em resumo, Pereira diz que o que é considerado loucura aqui, em nossa sociedade ocidental, pode ser considerado um dom divino em alguma outra cultura, por exemplo, as que possuem um chamã como sendo um líder espiritual de grande importância para aquele povo. “[...] dizer que há modelos sociais de loucura significa que o indivíduo não enlouquece segundo seus próprios desígnios, mas segundo um quadro previsto pela cultura da qual é membro” (PEREIRA, p. 29, 2002).
      No âmbito histórico podem ser apontados alguns períodos e lugares onde iniciaram os processos de institucionalização e exclusão de uma grande quantidade de personagens sociais, tais como: alquimistas, portadores de doenças venéreas, libertinos de toda espécie e mendigos. Enfim, todos aqueles que estivessem fora dos padrões concebidos e aceitos pela classe dominante da época. Na França, por exemplo, em meados do século XVII, inicia-se essa separação entre os possuidores da razão e os ditos loucos, ou todos aqueles que poderiam por em jogo as proibições sexuais e religiosas vigentes. A loucura é aprisionada sobe o julgo da razão, e é através do olhar mecanicista proposto por essa razão vigente que a loucura será apontada como doença, defeito e falta.  Segundo Foucault (1972), a forma pela qual eram tratadas doenças como a Lepra, que excluíam o indivíduo do meio em que vivia por temê-lo, foi um dos fatores que fizeram surgir mais tarde a idéia de que existe uma necessidade de internação, de exclusão do dito “louco” do ambiente social em que ele vive.
Nessa época em que a igreja possuía os poderes e ditava a verdade, as doenças eram consideradas castigos divinos, e as graças suas bênçãos. A exclusão do individuo portador da “doença” era considerada uma forma de salvação, uma benção, já que assim, ele teria a chance de redimir-se dos seus pecados (FOUCAULT, 1972).
É difundido nesse período a idéia de que os loucos, ou qualquer outro sujeito que não fosse considerado “normal” deveriam ser isolados do restante da sociedade, para que assim fosse garantida a segurança no meio externo ao manicômio, satisfazendo a vontade da classe burguesa com o poder dominante naquele período (PEREIRA, 2002).
            Pereira (2002) aponta ainda que, até o século XIX é aplicada uma forma dominante de conhecimento, que é a do saber psiquiátrico, da razão estreitamente dominadora no campo da loucura, e essa razão dominadora - se pensava - era a única hábil e responsável para lidar com os “insanos” que lotavam os asilos.
Após esse período de total dominação do saber psiquiátrico sobre a loucura, já no final do século XIX e inicio do século XX, começam a surgir pensadores do próprio campo da medicina e também da filosofia que, propunham um novo olhar sobre a forma de lidar com o tema da loucura e com os próprios sujeitos que eram acometidos de sofrimento psíquico. Podemos citar Freud, quando demonstra que ao nível individual toda produção mental tem um sentido, consciente ou não.
Pensadores como Franco Basaglia, que foi muito influente para o movimento de transformação da pratica no âmbito da psiquiatria, principalmente no que diz respeito à luta contra a institucionalização, e da ênfase na consciência das transformações resultantes da pratica efetiva de luta nos campos político e social (AMARANTE, 1994).
Franco Basaglia foi um dos grandes responsáveis pela luta anti-manicomial. Alguns de seus objetivos eram (AMARANTE, 1994): A luta contra a institucionalização; A luta contra a tecnificação, para que não sejam criadas com isso, novas técnicas de intervenção para substituírem as já existentes e combatidas; A invenção e constituição de uma relação de contrato social; A difusão da idéia de que a consciência das transformações advém da prática efetiva de luta nos campos político e social.
Principalmente nas décadas de 70 e 80, começaram a surgir em todo o mundo movimentos chamados de Novos Movimentos Sociais (NMSs). São movimentos que tem por principal objetivo denunciar as formas cotidianas de opressão. De forma geral, os NMSs contribuíram para a valorização da subjetividade, das diferenças, da cidadania e da emancipação, indo contra a idéia de regulação e padronização social (GUIMARÃES, et al. 2001).
A partir daí então foram aprovadas as portarias 189/91 e 224/92, viabilizando assim que o sistema único de saúde (SUS) possa financiar vários procedimentos de atenção em saúde mental que fossem substitutivos ao modelo hospitalocêntrico, manicomial. Integrando ao SUS, estão os CAPs (centros de atenção psicossocial), assim como os NAPs (núcleos de atenção psicossocial) que, regulamentados pela portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, reconheceu e ampliou o funcionamento e a complexidade dos CAPS, que têm a missão de dar um atendimento diuturno às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos , oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial (BRASIL, 2004).


CONSIDERAÇÕES

Bom, finalmente o dito “louco” chegou a um lugar sem camisa-de-força ou eletro-choque, sem água gelada na cara ou imundices, sem sofrimento de toda espécie, mas, será mesmo que ninguém ficou pelo caminho? Será que todo o sofrimento cessou? A caminhada foi longa, as vitórias foram muitas, porém, infelizmente ainda existem lugares onde a loucura ainda não cessou, pois a loucura nesses locais é realimentada a cada instante, no isolamento, no esquecimento, na simples e cruel condição de ser mais um excluído do convívio com aqueles, que autodenominando-se “normais”, e se esquecem que é dever de todos lutar para a melhoria continua das condições de vida, não somente a própria, mas também a do outro, pois afinal de contas somos todos humanos e merecemos igualmente um tratamento digno e de respeito.
O papel do profissional de saúde mental nesse sentido é o de promover junto à população, um trabalho de reinserção social dos usuários, dos “loucos”. Isso permitindo a tais o acesso ao trabalho, lazer, direitos civis e fortalecimento das relações familiares e na comunidade onde vive.


REFERÊNCIAS:

AMARANTE, Paulo. Uma aventura no manicômio: a trajetória de Franco Basaglia. Hist. cienc. saude-Manguinhos,  Rio de Janeiro,  v. 1,  n. 1, Out.  1994 .   Disponivel em: . Acesso em: 17  abril.  2011.  doi: 10.1590/S0104-59701994000100006.

AMARANTE, P.; TORRE, E. H. G. A constituição de novas práticas no campo da Atenção Psicossocial: análise de dois projetos pioneiros na Reforma
Psiquiátrica no Brasil. Rer. Saúde em debate, Rio de Janeiro, ano XXV v.25 n.58 maio/ago. 2001. Disponível em:<http://www.cebes.org.br/media/File/publicacoes/Rev%20Saude%20Debate/Saude%20em%20Debate_n58.pdf#page=7>. Acesso em: 18 abril. 2011.

BRASIL. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério  da Saúde, 2004.

FOUCAULT, M. A história da loucura na idade clássica. São Paulo: Perspectiva, 1972.

GUIMARÃES, et al. Desinstitucionalização em Saúde Mental: considerações sobre o paradigma emergente. Rev. Saúde em debate, Rio de Janeiro, ano XXV v.25 n.58 maio/ago. 2001. Disponível em:

PEREIRA, J. F. O que é loucura. 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 2002.




Gean é aluno de Psicologia do quinto semestre.