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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O drama da criança bem dotada
como os pais podem formar (e deformar) a vida emocional dos filhos.
Autora: Alice Miller
Ano: 2º Ed. 1997
Editora: Summus
            Este livro convida a uma reflexão sobre a vida de crianças bem dotadas, que passam a vida a reproduzir conceitos inconscientes ao mundo. O termo “bem dotada” aqui não se refere a uma super inteligência, mas sim àquelas crianças “boazinhas” e “comportadas”, que aprendem cedo seus “deveres”, terem muitas vezes cuidados de seus irmãos menores, ou seja, as crianças que foram o orgulho da família.
            A psicóloga polonesa Alice Miller através de observações em sua prática profissional aborda neste livro as reproduções, pelos adultos, de uma educação alienante e repressiva onde as crianças são levadas a acomodar-se às necessidades dos pais, o que leva, segundo a autora, ao desenvolvimento da personalidade do falso Self, onde o verdadeiro Self não consegue se desenvolver e se diferenciar porque não pôde ser vivido, aflorando sentimentos de vazio, falta de sentido, desenraizamento por esse vazio real. Dessa forma os próprios pais encontram no falso Self do filho um substituto para sua própria estrutura inexistente.
            É um livro interessante, onde podemos acompanhar a trajetória das descobertas e dos sentidos que são atribuídos aos comportamentos que reproduzimos como o desprezo, a grandiosidade e até mesmo a depressão. Reflete também as ilusões criadas pelos adultos no processo terapêutico, para não vivenciar frustrações e dores das insatisfações de não terem vivido por eles mesmos, mas sim em função do outro.
Embora a autora afirme a infância como fonte de nossos traumas, ela também reforça que não podemos mudar nada do passado, não podemos desfazer os males que nos foram feitos, mas podemos, através da conscientização, resgatar nossa integridade perdida. Neste livro aparece um processo muito semelhante ao conceito de individuação proposto por Jung.
A leitura deste livro contribui para nosso processo de análise pessoal, fundamental para nossa atuação enquanto psicólogos, bem como, para nossa atuação no mundo, enquanto sujeitos atores de nosso cotidiano, pois é a partir do autoconhecimento que o Self começa a articular, crescer e desenvolver a criatividade abrindo um caminho de saúde e vitalidade.
Um grande abraço e boa leitura a todos!
Magaly Karpen -Acadêmica do 4º ano de Psicologia da ACE/FGG
 

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