O
CAP fez esta pergunta aos acadêmicos de Psicologia da Fameg, e expõe agora as
respostas obtidas. As respostas estão anônimas, ficando apenas visíveis os
semestres nos quais os alunos estão matriculados.
As
respostas são dos alunos, não representam opinião do CAP.
Esta
é uma enquete pequena, portanto, uma amostra não suficiente dos acadêmicos da
IES. O objetivo é propor uma reflexão acerca dos determinantes e das
consequências do programa em questão.
Sugerimos
aos leitores que procurem se aprofundar na questão, lendo, evidente, sobre os
dois lados da questão.
O
CAP sugere este artigo para aprofundamento do tema:
Ao
final dele o site dispõe de dois links, um que defende e outro que critica o
sistema.
Boa
leitura!
RESPOSTAS DOS ACADÊMICOS:
Sou
contra porque dessa maneira estamos sendo racistas, se o método de
seleção é igual a todos não existe necessidade de cotas.
Nono semestre.
Nono semestre.
Sou totalmente contra as cotas raciais em universidades por três motivos, o primeiro segue um dos preceitos da declaração universal dos direitos humanos: "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos". O segundo motivo tem embasamento na ideia de que buscamos uma sociedade livre de racismo, por isso, não pode haver o consentimento de uma classificação de seres humanos baseada em características fenotípicas, como por exemplo, a cor. E o terceiro, no qual, as cotas raciais são uma forma do Estado cumprir seu dever de dar acesso à educação sem usar de grandes esforços para melhorar o ensino fundamental que deixa muito a desejar, visto que, não prepara adequadamente todos de forma igualitária para o ingresso por mérito nas universidades.
Terceiro
semestre.
Acredito que essas cotas
proporcionam questões de racismos por elas mesmas, afinal, se existe cotas
raciais limitadas para pardos e negros, o mesmo também, deveria ser feito com
os ditos brancos, porque prevalecer maior disponibilidade para brancos, ou
invés de serem direitos iguais? Penso que as universidades deveriam
aplicar as provas de conhecimento para o público em geral, sem se a ter ao
detalhe da raça. Todos somos pessoas, temos sonhos e tentamos fazer o
melhor para conquistar qualidade de vida, bem-estar físico, psíquico e
mental.
Oitavo
semestre.
Sou a favor. Sem dúvida temos todos, enquanto sociedade, uma dívida imensa com inúmeros grupos de minoria que foram historicamente marginalizados e, deixando discursos hipócritas e tendenciosos de igualdade de condições de lado, ainda o são. Precisamos sim que as profissões que demandam formação superior estejam mais heterogeneamente representadas. Sabe-se, querendo ou não, que nossa política (por exemplo, e citando apenas um setor) é em grande parte definida por pessoas com formações mais avançadas (seja isso ruim ou não, não entrarei neste mérito), deste modo, as questões em pauta serão direcionadas sempre a atender demandas e interesses destes grupos, com ínfimas exceções, e com enorme prejuízo para a democracia. Lembrando ainda que o sistema de cotas não é um programa eterno, até onde sei, ele se manterá até 2014, o que desmistifica a ideia de paternalismo assistencialista exclusivo a um grupo, pelo contrário, trata-se de uma retratação mínima diante de uma inoculação histórica realizada por uma maioria sob uma minoria.
Décimo
semestre.
Acredito que precise existir
sim, basta olhar para a grande maioria dos acadêmicos, poucos são negros. Na
minha sala, por exemplo, não existe nenhum negro, portanto acredito que existe
algo.
Oitavo
semestre.
Sou contra. Penso que
estabelecer cotas com critério racial é reafirmar o racismo. Equidade
pressupõe, também, igualdade de direitos. A cor da pele, origem ou raça,
chamem como for, não privilegia intelectualmente a ninguém.
Conquistar um "lugar ao sol" em bancos universitários deve ser por
mérito individual e não por uma falsa misericórdia que tenta mascarar a
nossa realidade racista.
Oitavo
semestre.
Sou totalmente contra as cotas raciais em
universidades, isso só serve para excluir ainda mais o cidadão. Se a
constituição garante o direito à igualdade, como estaremos garantindo esse
direito se favorecemos um e desfavorecemos outro pelo fato de pertencer à outra
raça? A mudança deve começar na educação básica, a escola pública deve ter
condições de preparar os alunos para a universidade, e infelizmente o que
ocorre é o caminho inverso, a pessoa estuda o ensino fundamental e médio em
escola particular (porque tem condições) e depois presta vestibular para uma
federal, com o ensino público do no nosso país, é óbvio que quem terá chances
de passar é a pessoa que estudou em escola particular.
Décimo semestre.
O CAP agradece aos acadêmicos participantes.
Por Rosina Forteski
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