Total de visualizações de página

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Compartilhando artigo por Amanda Mattos: Atenção e Consciência


INTRODUÇÃO


            O presente trabalho apresenta conceitos e teorias sobre atenção e consciência, utilizando-se bibliografia básica de processos cognitivos, para entender como ocorrem estes processos em nosso organismo.

            O objetivo é pesquisar em literatura para se entender basicamente os conceitos que serão apresentados a seguir, como da consciência, da atenção, atenção espontânea e atenção ativa, processos automáticos e processos controlados, habituação e desabituação, atenção seletiva e vigilância.

ATENÇÃO E CONSCIÊNCIA


Para Sternberg, (2008 p. 78) “A atenção é o fenômeno pelo qual processamos ativamente uma quantidade limitada de informações do enorme montante de informações disponíveis através de nossos sentidos, de nossas memórias armazenadas e de outros processos cognitivos.” É um modo que nosso organismo encontra de se concentrar, por exemplo, em uma determinada tarefa, pois o tempo todo estamos expostos a estímulos externos e internos, seria muito difícil se ater a uma única tarefa se nosso organismo não “bloqueasse” estes estímulos.

Atenção é um processo psicológico mediante o qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre determinado estímulo, seja ele interno ou externo, a fim de elaborar o pensamento. Resumidamente pode-se considerá-la como a capacidade de se concentrar, que pode ser espontânea ou ativa. “A atenção pode ser entendida como reações ao ambiente, e não como cálculos internos da intensidade real do estímulo externo.” (GUTTMAN apud FERRAZ, 2005 p. 51), nossas emoções afetam nossa percepção do ambiente, portanto modificando nossa atenção.

A atenção espontânea (vigilância) resulta de uma tendência natural da atividade psíquica, ela orienta-se para as solicitações sensoriais e sensitivas, sem interferir na consciência. E a atenção ativa (tenacidade) é voluntária, exige certo esforço, no sentido de orientar a atividade psíquica para determinado fim. Entretanto, o grau de concentração da atenção não depende apenas do interesse, mas do estado de ânimo e das condições gerais do psiquismo (CASTRO, 2002).

Hoje sabe-se que muitas das atividades que realizamos, o fazemos sem estarmos conscientes, que são os processos automáticos. Para Sternberg (2008) os processos automáticos não envolvem o controle consciente, em geral ocorrem fora do controle consciente, exigem pouco ou nenhum esforço ou mesmo intenção. E os processos controlados ocorrem no controle consciente, ele é exigido e consomem tempo, pois eles são realizados por etapas, diferentemente dos automáticos, que não exigem decisões conscientes como qual músculo mexer ou que ações exercer.

Muitas das tarefas que realizamos automaticamente, antes eram realizadas de forma controlada, consciente. Somente com o tempo ela se torna automática, em conseqüência da prática. Ressaltando que geralmente são as tarefas mais fáceis e conhecidas que são automatizadas, e os processos controlados comandam tarefas mais difíceis e relativamente novas, ainda que, com prática suficiente, mesmo tarefas muito complexas possam ser automatizadas, como por exemplo, a leitura. (STERNBERG, 2008).

Por isso que podemos nos envolver em vários comportamentos automáticos, mas raramente participar em mais de um comportamento controlado de esforço intensivo. O autor ainda frisa que os processos automáticos são muito úteis a nós, pois livra-nos de concentrar a atenção desnecessariamente em tarefas rotineiras como amarrar nossos sapatos ou discar um numero telefônico familiar.

O processamento pré-consciente são informações que atualmente estão fora de nosso conhecimento consciente, ainda pode ser acessível à consciência ou, no mínimo, aos processos cognitivos. A informação pré-consciente inclui memórias armazenadas que não estamos usando por algum tempo, mas que podemos evocar, quando necessário. Por exemplo, quando estimulada, a pessoa pode evocar com que se parece seu quarto de dormir, mas obviamente nem sempre está pensando conscientemente nele (a menos que esteja extremamente cansada, talvez) (STERNBERG, 2008).

Porém nem sempre consegue-se atrair a informação pré-consciente para o consciente, muitos de nós já experimentou o fenômeno ponta da língua, quando tentamos lembrar de algo que já sabemos, mas não conseguimos evocar-lo.

Voltando o foco sobre a atenção, nós também podemos nos habituar a determinados estímulos, cada vez mais prestamos menos atenção, é a chamada habituação, em contrapartida com a desabituação, quando um estímulo familiar leva-nos a começar a observar novamente esse estímulo. Esses processos ocorrem sem esforço consciente, são processos automáticos, portanto, usa poucos recursos da atenção.

A habituação é importantíssima no nosso dia a dia, “ela propicia muito apoio aos processos de atenção, permitindo-nos facilmente desviar nossa atenção de estímulos conhecidos e relativamente estáveis para estímulos novos e variáveis.” (STERNBERG, 2008, p. 87).

Na atenção seletiva também, pois, por exemplo, se estamos em uma festa ou em um restaurante barulhento, e precisamos entender a apenas uma pessoa, nós seguimos uma mensagem e não prestamos atenção as outras a nossa volta.

Os cientistas também estudaram a vigilância conforme Sternberg (2008 p .90), é “à capacidade de uma pessoa estar presente em um campo de estimulação durante um período prolongado, no qual ela procura detectar o aparecimento de um sinal, um estímulo-alvo de específico interesse.” Por exemplo um salva-vidas precisa estar sempre vigilante em um praia movimentada.

Pesquisas neuropsicológicas de processos atentivos sugerem que, envolve principalmente duas regiões corticais, como também o tálamo, governa também vários processos específicos que ocorrem em muitas áreas cerebrais, particularmente o córtex cerebral. “Os processos atentivos podem resultar do aumento da ativação em algumas áreas cerebrais, da atividade inibida em outras áreas do cérebro ou, talvez, de alguma combinação de ativação e inibição.” (STERNBERG, 2008, p. 107).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho aqui desenvolvido seguiu com a idéia de apresentar conceitos básicos de processos cognitivos, mais especificamente os processos de atenção e consciência, atingiu-se o objetivo de pesquisar em literatura básica sobre tais conceitos.

Pode-se dizer que a atenção é o modo pelo qual nosso organismo nos ajuda a concentrar-nos em determinada tarefa, sem nos ater a outros estímulos. Em suas várias formas, a atenção é o processo que organiza nosso foco para as tarefas, ela puxa informação para a consciência, principalmente quando é algo novo, que necessitamos ter mais atenção, pois não conseguimos realizar automaticamente.

Para tarefas mais fáceis e conhecidas os processos automáticos são muito úteis, pois exige menos esforço da consciência para sua realização, e consequentemente, menos tempo é exigido. Bem como a habituação, que nos desvia de estímulos conhecidos, para nos ater a novos estímulos.


REFERÊNCIAS


CASTRO. de E. S., FUNÇÕES PSÍQUICAS: "CONSCIÊNCIA, ATENÇÃO E ORIENTAÇÃO". Florianópolis: UFSC, 2002

FERRAZ, C. G. Consciência e Atenção: algumas considerações acerca das abordagens de William James e Aron Gurwitsch. Rio de Janeiro, 2005.

KASTRUP. Virgínia. A Aprendizagem da Atenção Na Cognição Inventiva. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

STERNBERG Robert. J. Psicologia Cognitiva. 4. ed. Artmed: Porto Alegre, 2008

 Amanda é aluna do terceiro semestre de Psicologia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário